Trago em meu peito um coração
que pulsa diferente
doente sopra
faz uma força
sobrenatural
para que corra
sangue em meus vasos
para que se
sustente a vida
em minhas mãos
meus pés
meu corpo todo que
vive
numa dança
ora tranqüila ora
frenética
em que dança cada
gota de sangue
que vibra a minha
mente
que pulsa meu
coração na batida do som
e a música muda a
toda hora
mas nunca pára
nunca pára nunca
nem pra respirar
meu peito incha
desincha
meu pé sobe e desce
num passo
um sopro sopra meu
sangue
e nunca param a
música e a dança
cansa nunca pára
dói nunca pára
chora um choro
nunca pára
de fazer crescer
de passar o tempo e
passa o tempo
ando de marcha a ré
mas passa
paro no meio da rua
nunca pára a dança
me encolho no berço
mas cresço
porque meu coração
pulsa
sopra venta
ventando sangue
quente e vermelho
num vento de vida
dança
que não pode parar.
Parou, acabou.
Silêncio.
